As tecnologias imersivas foram feitas para os consumidores verem todos os objetos de modo a terem uma outra perspetiva dos objetos virtuais. As questões que se colocam são: E quem não consegue ver? E quem vê, mas tem imensos problemas visuais?
A Google lançou um projeto capaz de colocar a RA como auxilio para pessoas com dificuldades visuais.
A tecnologia, passa por deter de um smartphone na cintura do utilizador que com recurso à tecnologia de visão por computador envia informações através de áudio, orientando assim quem precisa.
A equipa do Google Research demonstra-se interessada de como esta tecnologia pode ajudar a melhorar a vida diária destas pessoas, proporcionando-lhes uma maior autonomia e confiança na execução das suas tarefas.
Um dos principais mentores deste projeto, como o nome de Project Guideline, Thomas Panek, que é o CEO da empresa Guiding Eyes for the Blind, que tem uma história de vida bastante inspiradora.
A História de Thomas Panek
Desde criança, Thomas adora correr. Segundo ele, é algo que o faz sentir livre e por volta dos oito anos de idade, apercebeu-se que não conseguia ver as folhas de uma árvore e as estrelas no céu, que gradualmente começaram por ficar invisíveis para este.
Foi então que já em adulto foi diagnosticado cego por uma doença genética e que precisava de uma bengala e de um cão guia para o orientar. Por muitos anos, Thomas deixou de correr, porém, quando ouviu falar que era possível correr através de umas guias, com uma corda e um corredor guia, Thomas tentou, conseguiu apurar-se para Maratonas de Nova York e Boston por cinco anos consecutivos. Porém, por maior gratidão que este tenha aos seus guias humanos sentiu a necessidade de mais independência e em 2019 decidiu correr a primeira meia maratona com auxilio a cães-guia.
O problema é que existem mais cegos do que cães-guia disponíveis no mercado e foi aí que Thomas se questionou: “-Seria possível ajudar a guiar um corredor cego, de forma independente?
O Desenvolvimento do Projeto
Foi então que Thomas falou com uma equipa da google num Google hackathon onde rapidamente após uma conversa desenvolveram um protótipo muito básico. Consistiu num telefone na cintura do corredor que com o recurso da câmara era capaz de o guiar quem estivesse a correr através de uma linha marcada no chão. Desse modo caso alguém se desviasse da linha, através de uns auscultadores de indução óssea uma assistente virtual enviava comandos de voz a orientar o atleta para a esquerda ou para a direita.
A primeira vez que o Thomas testou o protótipo, foi numa pista fechada onde deu oito voltas consecutivas pela primeira vez em 25 anos sem o auxilio de um cão-guia.
Após esse desafio superado, quisera evoluir a tecnologia para que funciona-se numa pista exterior, mais precisamente num parque ao ar livre. Desafios de luminosidade, objetos, e reconhecimento de diferentes ambientes tinham de ser superados.
Após o Thomas correr uma volta, foi a primeira vez durante esses 25 anos que se sentiu verdadeiramente livre.
Onde é que a Realidade Aumentada entra no meio disto tudo.
Pois bem, a RA não é só constituída por imagem como muita gente pensa. O áudio espacial é algo que também cria uma experiência de imersividade, algo que é utilizado nestes sistemas. Assim sendo, estas iniciativas como o Project Guideline poderiam fazer com que as ferramentas de reconhecimento de imagem e áudio espacial além da pista de corrida e em um mundo virtual totalmente desenvolvido para utilizadores cegos de RA.
No futuro, sendo o google o detentor do mais poderoso sistema mapeamento do mundo, esta tecnologia poderá auxiliar pessoas invisuais.
Este projeto é ainda um protótipo, porem, pode abrir portas para os invisuais do mundo inteiro.
Fonte: Project Guideline